domingo, 11 de março de 2012

As orelhas do Viajante

Uma das atividades realizadas no jardim de infância,  no mês de janeiro, foi a dramatização da peça que aqui partilhamos convosco. A participação e o entusiasmo das crianças durante toda a atividade revelam que este momento lúdico passou a mensagem e divertiu os grupos. Experimentem! vão ficar surpreendidos com os resultados.


Teatro

As orelhas viajantes


Ato I

Narrador (entrando e saudando o público) – Bom dia! Passaram bem? Já vejo que têm todos  as orelhas postas no sítio. Tenham cuidado com elas, pois as orelhas são muito especiais…ora escutem esta história…
João – Ai, ai, que desgraçado que eu sou! Não posso sair à rua, não posso ir para o jardim-de-infância…Ai, ai!
Narrador – João, ó João! (mas o João não ouve.)


Narrador (toca no ombro do João.) –Ei, João, estou a falar contigo!
João – Ai, assustaste-me. Não me fales, que não te posso ouvir. Não vês que não tenho orelhas?
Narrador (olhando para debaixo do gorro.) – è verdade! Onde é que estão as tuas orelhas?
João – Pois não sei. Esta manhã levantei-me e quando fui tomar banho não as tinha. Não as encontro em lado nenhum. Assim, ando a procura-las. Vou ter com um policia para lhe dizer que mas roubaram. Adeus! (Sai.)


Narrador – Pobre João! Ah! Mas que é isto?
Duas Orelhas (entram nas pontas dos pés, com uma mala.) – Ainda bem que estamos livres!
Orelha 1 – Eu estou muito bem, só ouço o que quero.
Orelha 2 – É verdade, mana. Na cabeça do João não ouvíamos nada de nada.
Narrador – Muito bem! O que é que fazem aqui? Não sabem que o João anda à vossa procura?
Orelha 1 – Pois que procure!
Orelha 2 – Nós não queremos estar na cabeça dele.
Orelha 1 – Pois que procure!
Orelha 2 – Nós não queremos estar na cabeça dele.
Orelha 1 – Queremos viajar pelo mundo!
Orelha 2 – Queremos ir para a praia para ouvir o mar!
Narrador – Então e o João, o que fará?
Orelha 1 – O João não nos usava. Não ouvia a mãe e o pai, nem os seus amigos…
Orelha 2 – Nem os seus avós, nem a sua educadora. Fazia sempre e só o que bem queria.
Orelha 1 – Não nos deixava ouvir música.
Orelha 2 – Nem se quer podíamos ouvir o vento ou a chuva.
Orelha 1 – O João só gosta de ruídos muito fortes, a música alta, os gritos.
Orelha 2  Por isso fugimos.
Orelha 1 e 2 – Vamos embora, vamos apanhar um autocarro até à praia. Adeus, adeus!
(Vão-se embora)


Ato II


Narrador – Vamos lá a ver como isto acaba! As orelhas vão a caminho da praia (indica o lugar onde está a praia) Isto que vem aí é um peixe (entra o peixe nadando).
(As duas orelhas entram, estendem uma toalha no chão e deitam-se perto da água)
Orelha 1 – Isto sim é que é vida, irmã! Como é bonito o barulho do mar.






Orelha 2 – E o piar das gaivotas!
Peixe (nada até à areia) – Que bichos mais estranhos que há na areia! Parecem muito tenros! Creio que dando um salto os posso comer.
(O peixe salta da água e apanha as orelhas)
Orelhas – Socorro! Socorro!
(E o peixe leva-as)
Narrador – O peixe levou as orelhas para o fundo do mar e comeu-as de imediato. Mas de repente, o peixe foi pescado e levado para um mercado.
Pescador (entrando com as orelhas na mão) – Não posso acreditar! Sabem o que eu encontrei dentro deste peixe enorme? … Estas orelhas. Vou pô-las na minha peixaria, para que todos as vejam (e colocou-as na montra).
Mãe (entrando) – Venho comprar peixe fresco para o meu João… (dirigindo-se ao senhor da peixaria) Tem peixe fresco?
Pescador - Tenho peixe e orelhas!




Mãe – Ah! Essas são as orelhas do meu menino! Venda-mas, por favor.
Pescador – Tome Senhora, ofereço-lhas.
(E a mãe sai com as orelhas)
Narrador – A mãe do João correu a levar as orelhas ao seu filho e este colocou-as de imediato.
João (saltando) – Ai já posso ouvir, já posso ouvir!
Narrador – João espero que daqui para a frente, saibas utilizar bem as orelhas.
João – Claro, é que me disseram que, senão as deixo ouvir coisas bonitas, fogem para o polo norte e aí, tenho a certeza, é que não as encontro.
Narrador – Meninos e meninas, utilizem bem as vossas orelhas e limpem-nas com cuidado. Já sabem que podem ficar sem elas…

Adaptação das sugestões didáticas, Cocorolos, Constância editores


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